Dojo Kun

Dojo Kun Dojo Kun (Os cinco princípios éticos do Karate) HITOTSU JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO - Esforçar-se para formação do caráter saudável HITOTSU MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO - Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão HITOTSU DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO - Criar o intuito de esforço HITOTSU REIGI O OMONZURU KOTO - Respeito acima de tudo HITOTSU KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO - Conter o espírito da agressão indestrutiva ! ! !

domingo, 22 de novembro de 2009

Isso e Karate varios estilos

video cassetadas de lutas

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Karate: Ética em Karate-do

Karate: Ética em Karate-do

REGRAS DE COMPETIÇÃO CLICK http://www.fnkp.pt/home/normas/RegrasCompeticaoWKF.pdf



A primeira lição em Karate-do começa com a prática da saudação. Depois, então, ela é sempre praticada e recordada. A sua importância é demarcada ainda mais, quando começamos a treinar combate com um parceiro.

Sómente aqueles que entendem a profundidade do seu sentido, conseguem chegar aos mais altos níveis de competência na vida.

Karate-do é uma arte marcial e como tal, não tem fim, nem explicação sobre si mesma.

É através de um processo de treino intensivo e de uma rigorosa disciplina que tentamos compreender e atingir o «Michi» (caminho) ou o «Do» (Via), do Karate.

A importância de Rei, sem a qual, o Karate-do cessaria de existir, era inteiramente reconhecida pelo Mestre Funakoshi, que reafirmava sempre sobre a sua importância aos seus alunos, num dos seus 20 Princípios de Karate-do (Karate-do Ni Ju Kyokun), os quais, mais adiante abordaremos: ” O Karate-do começa com Rei e acaba com Rei ! ”

«Rei» pode ser defenido como a vontade de estabelecer um relacionamento, baseado na mútua confiança, boa-vontade, a compreenção e o respeito pelos sentimentos dos outros, demonstrando o nosso respeito.

Na sociedade, é um modo de estabelecer a harmonia entre as pessoas, por formas a contribuir para uma nova sociedade e, consequentemente, um Mundo melhor.

«Reigisaho» significa “código de etiqueta”, e é a melhor forma de expressar este conceito em sociedade. Todo aquele que treina Karate-do deve tentar compreender o profundo significado de Rei, e por sua vez, pôr em prática na vida do dia-a-dia, comportando-se sob os princípios de Ética.

Karate-do é natural e, como tal, deveria ser aplicado na nossa vida diária.

Na prática, Rei é a cerimónia ou a formalidade entre duas ou mais pessoas, as quais, ao encontrarem-se, trocam entre si, o seu respeito, a sua confiança.

Rei é, acima de tudo, a vontade de respeitar a dignidade humana e de demonstrar esse respeito. É uma maneira de desenvolver o relacionamento entre as pessoas e por conseguinte, de ordem social.

«Setsu» é a expressão desta atitude, tanto em Ritsurei, como também, e neste caso ainda mais realçado, em Zarei, conforme atrás foi referido.

Sómente aqueles que praticam Karate-do devem aprofundar a compreenção e o espírito de Rei, e observar, rigorosamente, as regras de «Setsu», nas relações humanas e sociais.

Perguntaram um dia ao Mestre Kanazawa, porque razão, todas as pessoas, desde o polícia ao empregado de restaurante, passando pelo simples guarda de jardim, e demais gente anónima, porque motivo é que toda a gente era tão educada e simpática, uns para os outros, isto numa breve comparação com as gentes do nosso burgo, ao que o Mestre respondeu: – “Todo o Japão é um conjunto de ilhas. Se não fôssemos delicados uns com os outros… (sorrindo-se), acabaríamos todos afogados na água, não acha?”

As regras de comportamento e etiqueta estão reunidas num conjunto de preceitos, denominado em japonês “REIGISAHO”, o que quer dizer em português, «Código de Etiqueta», e que pretende regular, o comportamento de todos os praticantes, num permanente e rigoroso chamamento de atenção ao respeito por “si próprio”, pelos outros, bem como, à auto-disciplina.

São regras que devemos assumir, conscientemente, perante a Associação e a Escola, perante o Dojo e o Sensei, e até, perante nós próprios e a própria Vida.
REIGISAHO

1º. – Ao entrarmos para uma Escola, para aprender Artes Marciais, não devemos suspender o estudo sem uma razão válida;
2º. – Devemo-nos conduzir de maneira a nunca manchar a Tradição e a Honra da Escola;
3º. – Em caso de acidente, não devemos culpar, seja quem for, a não ser nós próprios, e assim, libertaremos a Escola ou os seus membros de qualquer responsabilidade;
4º. – Não devemos fazer qualquer exibição em público, para ganho pessoal;
5º. – Sem permissão dos Mestres, não devemos ensinar, nem divulgar, qualquer segredo a ninguém;
6º. – Não devemos abusar, nem fazer uso dos nossos conhecimentos, em Artes Marciais, seja a que pretexto fôr;
7º. – Sempre que se entra, ou sai, de um Dojo, devemos saudá-lo, com uma ligeira vénia;
8º. – Devemos respeitar os praticantes mais graduados, e ajudar os de menor graduação;
9º. – Quando não estivermos a treinar, devemos tomar uma atitude correcta, mesmo quando fatigados, ou ainda, em momentos de explicações ou de demonstrações, mais prolongadas, por parte do Sensei. As posições de amolecimento ou de enfraquecimento não fazem parte da Ética. Devemos adoptar sempre uma posição altiva e de respeito.
10º. – Devemo-nos conservar em silêncio, sem falar durante as aulas, excepto, quando formos interpelados directamente pelo Sensei, e ao fazê-lo, que seja em tom baixo e respeitoso, numa breve intervenção. As dúvidas surgidas ao longo do treino, só devem ser colocadas no final da aula, ou, quando o Sensei criar pausas para repouso ou explicações;
11º. – Devemos ter cuidado constante com a limpeza corporal, não trazer qualquer peça de vestuário por de baixo do Kimono (Gi), salvo truces, cortando as unhas das mãos e dos pés;
12º. – Devemos manter o «Gi» vestido correctamente, com a calça ajustada à cintura, e o casaco bem composto, devendo ter sempre presente a divisa, (o cinto = Obi);
13º. – Antes de cada treino, devemos despojarmo-nos de todos os adornos e enfeites, como sejam anéis, pulseiras, fios, brincos, relógios, etc.;
14º. – Devemos respeitar os horários das aulas. As entradas tardias, ou as saídas antecipadas, são consideradas manifestações de menos respeito e falta de auto-disciplina, pelo que devem ser evitadas, no entanto, é preferível participar durante meia-aula, do que não treinar. Igualmente, devem ser evitadas as saídas temporárias, para satisfação de necessidades fisiológicas. Estas, devem ser prevenidas antes de se entrar no Dojo;
15º. – Sempre que se treinar com um companheiro de treino, devemos saudá-lo, antes e depois, e sempre com o «Gi» apresentável;
16º. – Não devemos procurar ser fortes, mas justos, nem procurar a vitória sobre os nossos companheiros de treino, mas sim a vitória sobre nós mesmos, através de princípios correctos;
17º. – Devemos possuir inteligência, para compreender aquilo que nos ensinam, paciência, para ensinar o que aprendemos aos nossos semelhantes, e fé, para acreditar naquilo que ainda não sabemos;
18º. – Devemos cultivar a máxima concentração durante o treino, de modo a obtermos uma melhor assimilação, por parte da instrução;
19º. – Devemos aprender e a saber, cada dia, um pouco mais, e usar esses conhecimentos todos os dias para o Bem.
20º. – Devemos cuidar da nossa atitude no Dojo, permanecendo calmos e serenos, o que não exclui o bom-humor.

Devemos respeitar, estritamente, estes regulamentos, (Reigisaho), não só durante o nosso estágio de aluno (gakusei), mas também, mesmo depois de termos sido graduados Senpai.

Existe igualmente, «Os 20 Princípios Regulamentares do Karate-do», o “KARATE-DO NI JU KYOKUN”, que nos foram legados por Gichin Funakoshi, o qual, como já vimos, foi o Grande Mestre, Criador e Codificador do Karate-do.
«Kyokun» significa preceito, mandamento, lei, regulamento, por extensão, “regra de ouro”.
«Os 20 Princípios Regulamentares do Karate-do», correspondem pois, de certo modo, aos Dez Mandamentos, de Moisés, do Antigo Testamento, (O Decálogo do Monte Sinai), ditado por Yavhé / Geová, o Deus dos Judeus; correspondem, igualmente, às Quatro Nobres Verdades, bem como, à Nobre Senda Óctupla, ditada, aos seus discípulos, por Sidharta Gautama, o Buda.
Nesse sentido, os Kyokun são como que, Regras de Ouro, inelidíveis, quase que divinas, as quais, foram concebidas para nos ajudar a alcançar um domínio quase que absoluto, tanto interno como externo, de Despertar e de Sabedoria.
Todos os preceitos constam de vários níveis de compreensão, conforme o nível que se alcança, e eram transmitidos oralmente aos discípulos mais chegados, ou melhor dizendo, aos iniciados, à guisa de “koan” do Zen, onde, depois, eram analizados e comentados, em grupo, até ao Despertar total, «Satori» em japonês.
Alguns Mestres do passado, em circunstâncias várias, porque eram amigos ou discípulos de Gichin Funakoshi, transmitiram por escrito estes preceitos, dando interpretações diferentes, conforme o seu nível de mestria, mas sempre com a mesma base, com o mesmo propósito.

Recuando um pouco no tempo, e porque um pouco de história, não faz mal a ninguém, o Mestre Funakoshi extraíu estes preceitos de uns textos, provenientes dos seus mestres, Azato de Naha-te e Itosu de Shuri-te, os quais, por sua vez, extraíram de textos chineses da velha escola «Shaolin», onde se fazia referência, numa generalidade, à «Arte Marcial», a qual, o Japão sonegou, dividindo-a mais tarde, após a época de 1600, em várias artes marciais, Arte Marcial essa, denominada «Wu-Shu» isto é, “Mão da China”.

Curiosamente, e com os mesmos ideogramas, «kanji», isto é, caracteres clássicos, «Wu-Shu» traduziu-se para japonês, «Bu-Jutsu», isto é, “Artes de Guerra”.

Ora, o Mestre Funakoshi não fez senão adaptá-los à realidade japonesa, sem contudo, modificar o seu sentido mais profundo.
E foi aqui que residiu a grande cisão ideológica por parte do Mestre.
Ao aperceber-se do sentido bélico que tais palavras carregavam, e em vez de alterar o conteúdo da mensagem, como muitos instrutores hoje, infelizmente e interceiramente o fazem, alterou, isso sim, o foco dessa mesma mensagem.
À expressão “Mão da China”, “Wu-Shu” em chinês, lia-se em japonês, “Kara- -te”, donde o ideograma «Kara» significava «Cathay», isto é, “Antiga China”. Gichin Funakoshi, em 1933, modificou o caractere antigo, por um ideograma de proveniência budista, e como tal, de cariz filosófico: «Vazio», o qual, fazendo alusão à técnica de meditação do budismo, também ele importado, vinda da Índia, (Dyhana), via China, (Tchena), o qual, originou no Japão, o Zen.
Mais tarde, é-lhe acopulado a expressão vocal «Do», ao ideograma japonês «Michi» (Caminho), proveniente do «Tao» chinês e com o mesmo ideograma.
Isto pode restabelecer nos espíritos mais incautos, uma certa confusão.
Na realidade, a situação é típicamente japonesa misturar-se religiosidades, isto é, nasce-se “taoísta”, casa-se “shintoísta” e morre-se “budista”.
Eis-nos pois, perante uma grande realidade: é que existe uma diferença, abismal, entre o Karate, antigo, tradicional, tal qual nos foi transmitido por Gichin Funakoshi, e o Karate moderno, o qual, curiosamente, também é tido por “tradicional”.
Qual será a razão de silêncio, de alguns mestres japoneses, acerca dos verdadeiros “Kyokun”?
Podemos afirmar que todos aqueles que ensinam, aqui no Ocidente, conhecem o que é “Kyokun”. Agora, que os tenham estudado ou, que os tenham comentado, e como consequência, tenham entrado em profundidade no seu conhecimento…, isso já é outra coisa!
Para quê complicar-se a vida, quando se está dotado para o combate desportivo e quando temos o nosso ganha-pão garantido, ensinando uma forma de Karate que satisfaça a um número elevado de praticantes?
Talvez seja a razão da importância destes Kyokun, ou do seu «hermetismo» para o praticante comum, mas no entanto é estranho, quando não, inquietante, que esses mesmos “Mestres”, vindos ao Ocidente para transmitir-nos o Karate, que enfim, conhecemos, que dizem ser «tradicional», não façam senão, rara vez, alusão aos Kyokun, salvo em dois casos distintos:

1.

o Primeiro Kyokun, porque lhes convém o respeito pelo «mestre», ainda que, rara a vez que se o viva interiormente;
2.

Segundo Kyokun, porque não podem agir de outra maneira, sendo este Kyokun uma ladaínha, quase que constante, do Mestre Funakoshi.

Enfim,…

Analisemos, seguidamente, e sem quaisquer comentários adicionais, cada um dos 20 Princípios Regulamentares do Karate-do.



Legenda: Texto original do Karate-do Ni Ju Kyokun)
Os 20 Princípios Regulamentares do KARATE-DO NI JU KYOKUN

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1. Karate-do wa rei ni hajimari, rei ni owaru koto wo wasureru na.
Karate-do começa com cortesia, (saudação), e acaba com cortesia.
2. Karate-do ni sente nashi.
Não há primeiro ataque em Karate-do, nem física, nem mentalmente.
3. Karate-do wa gi no tsukuke.
Karate-do é um contributo para sermos mais justos.
4. Mazo jiko wo shire, shikashite ta wo shire.
Primeiro conhece-te a ti mesmo, para então poderes conheceres os outros.
5. Gi jutsu yori shin jutsu.
A técnica mental é mais importante que a técnica física.
6. Kokoro wa hannatan koto wo yosu.
Deves estar sempre pronto para libertar a tua mente.
7. Wazawai wa getai ni shozu.
Os acidentes surgem da nossa negligência.
8. Dojo no mi no Karate-do to omou na.
Não penses que o treino de Karate-do é só no dojo.
9. Karate-do no shugyo wa issei de aru.
Empenha a tua vida inteira para aprender Karate-do, não há limite.
10. Arayoru mono wo Karate-do seyo, koko ni miyomi ari.
Coloca todos os teus dias de vida ao serviço do Karate-do, e encontrarás segredos subtis.
11. Karate-do wa yu no gotoku, taesu netsu wo ataezareba, moto no mizu ni kaeru.
Karate-do é como uma panela de água a ferver, se não mantivermos o fogo aceso debaixo da panela, a água esfria.
12. Katsu kangae wa motsu na, makenu kangae wa hitsuyo.
Não se deve nunca pensar em ganhar, deve-se sim antes, pensar em não perder.
13. Sen wa kyo jutsu tenka seyo.
A vitória depende da tua habilidade em distinguir o verdadeiro do falso.
14. Tekin yo tsute tenka seyo.
O combate deve ser sempre de acordo como te movimentas, protegido ou desprotegido, do teu adversário.
15. Hito no te ashi wo ken to omoe.
Pensa sempre nas tuas mãos e nos teus pés como uns sabres.
16. Danshi mon wo izureba, yaku man no teki ari.
Quando se atravessa um portal, pensa sempre que tens numerosos adversários à tua espera.
17. Kamae wa shoshisha ni, ato wa shizentai.
Os principiantes devem-se colocar em posições baixas, as posições naturais do corpo são mais para os avançados.
18. Kata wa tadashiku, jissen wa betsu no mono.
A prática das Kata é uma coisa, o combate é outra.
19. Chikaba no kyo jaku, karada no shin juko.
Força e fraqueza na potência, alongamentos e contracções no corpo, e lentidão e velocidade nas técnicas.
20. Tsune no shinen kufu seyo.
Pensa sempre e sê criativo em viver estes princípios cada dia.

Estas são palavras muito importantes, as quais, marcam bem, o espírito e o carácter profundo da prática do Karate-do.
Hoje, mais do que Ontem e menos do que Amanhã. Esse é o Caminho dos Verdadeiros Homens.
Abordemos agora a expressão japonesa, que se tornou práticamente, num vernáculo, no mundo do Karate-do, compreendido e divulgado por entre numerosos praticantes de diversas nacionalidades, não sómente em ocasiões de cumprimento diário, mas também no lugar de expressões de comunicação, tais como «obrigado», «prazer em conhecê-lo», «adeus», «compreendido?» e «entendido!»: referimo-nos à expressão nipónica «Oss».
A transcrição fonética da palavra “OSS”, é de facto escrita com dois caracteres «kanji»: o primeiro caracter, que significa literalmente, «empurrar», e o segundo, que significa «sofrer».
Filosóficamente, o primeiro caracter simboliza o espírito combativo, a importância do esforço, e o enfrentar todos os obstáculos, eliminando-os com uma positiva e imutável atitude; quanto ao segundo, ele exprime a coragem e o espírito de perseverança, suportando as dores, o resistir aos momentos de depressão com paciência e sem desistir, mantendo sempre um espírito altivo.

Os jovens possuem qualidades físicas e morais que os capacita a enfrentar qualquer provação. Isto define a juventude. Não obstante, estas qualidades serão mantidas e desenvolvidas sómente por um esforço quotidiano e perseverante. “O talento não existe sem esforço”. A palavra-chave “Oss” é usada como palavra de ordem para reevocar esta máxima aos jovens, a fim de os encorajar a tomar uma resolução, comunicando-se e encorajando-se mutuamente, tal como foi empregue, talvez pela primeira vez, na Escola Naval Japonesa.

A palavra “OSS” não deve ser pronunciada de forma ligeira. De ora avante e para futuro, rexaminem a vossa atitude, postura, estado de espírito, pronúncia e a harmonia entre todos estes elementos; o tronco inclina-se para a frente com as costas direitas, o queixo metido para dentro, tudo isto se articula ao pronunciar a palavra “OSS”.
O movimento, a respiração e articulação assim executadas, tudo contribui para a sensação do «poder» do KI – A Força Cósmica existente em todo o Universo. Referimo-nos aos princípios do OM universal, (pronuncie-se AUM), quando pronunciamos “OSS”, a respiração e o som executam-se em IN.
OM (AUM), é um método de respiração com o objectivo de harmonizar o nosso Ser com o Universo, o qual, significa a harmonia das Forças antagónico-complementares: Céu-Terra, Yin-Yang, In-Yo, que são elementos contrários e que compõem o nosso Universo.
Assim sendo, ao se encontrar um companheiro de treino na rua, ou em qualquer outro lugar, deve-se cumprimentá-lo com um “OSS”.
Quanto ao «Dojo Kun», tal como vimos no cerimonial de treino de Karate- -do, em “Depois 3º.”, é um conjunto de cinco (5) máximas, ou mandamentos, criadas pelo discípulo de Sensei Funakoshi, Sensei Masatoshi Nakayama, grande mentor e propulsor, do Karate-do a nível mundial.
Cada uma delas apela ao desempenho e à prática, tendo em vista o aperfeiçoamento das qualidades básicas de estrutura moral, do Homem social, devendo-se treinar e evoluir, pautando a sua conduta, permanentemente, mesmo nos momentos de maior desânimo.

No final das aulas, elas serão ditadas em voz alta, para que sejam repetidas por todos, e em japonês, sendo indispensável que se conheça o significado de cada uma delas:

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DOJO KUN

«Hitotsu – Jin kaku kansei ni tsuto muru koto»
«Hitotsu – Makoto no michi yo ma muru koto»
«Hitotsu – Doryoko no seishin o yashinau koto»
«Hitotsu – Rei gyo o monzuru koto»
«Hitotsu – Keki no yo o imashi muru koto»

1. – «Hitotsu – Jin kaku kansei ni tsuto muru koto»
(Exorta o teu Ser na Perfeição do Carácter)

Isto significa que, a arte do Karate-do é algo mais do que sómente físico, o qual, todos os praticantes, especialmente os mais novos, deveriam aprender a importância da construção do carácter, através da disciplina e de treino rigoroso. Para o principiante, todo o processo da construção do carácter começa com o aperfeiçoamento das técnicas, através da repetição. O espírito combativo será alcançado, como que, ganhando mais confiança, através do desenvolvimento de técnicas fortes. Treina-se para exteriorizar um determinado estado de espírito, não sómente para combater, mas também, e sobretudo, para subjugar os problemas pessoais, especialmente, em tempos de fraqueza, doença, crises domésticas ou problemas laborais.
É um longo caminho até que se desenvolvam estes valores espirituais, mas uma vez que o conceito seja entendido através da experiência, o mesmo, proporcionará uma vida intensa de benefícios, de força interior e de paz.

2. – «Hitotsu – Makoto no michi yo ma muru koto»
(Sê Verdadeiro e Sincero)

A lealdade é uma forte tradição Samurai. Por aculturação, ela é no Japão uma extenção da influência de Confúcio, tanto na família, como nas artes marciais. A sinceridade deve ser demonstrada, e como tal, é ao nosso Mestre (Sensei), bem como, à nossa Escola (dojo), que devemos demonstrar esse sentimento. Os praticantes devem ser leais sempre ao seu Meste, e segui-lo por vezes, do mesmo modo, como um Samurai mediaval estava ligado e seguia o seu Senhor Feudal (Daimio) até à morte, sem hesitação.
Conquanto isto possa parecer pouco usual, nos dias de hoje, não tem, contudo, razão de ser, esperar que o Mestre ensine tudo o que sabe a um aluno, o qual, muito provávelmente, virá a deixá-lo à mínima contrariedade. O aluno deve provar a sua lealdade ao longo dos anos. A confiança e a lealdade ao Mestre serão recompensadas, numa maior quantidade de conhecimentos e a sabedoria passará então, para o aluno, sendo esta ligação entre Mestre e aluno, extremamente valiosa, não só por manter vivo o espírito da Tradição, como também, a base de toda a relação de aprendizagem, não só no Karate, como na vida…

3. – «Hitotsu – Doryoko no seishin o yashinau koto»
(Cultiva o Espírito da Perseverança)

Etimológicamente, perseverança é a qualidade, ou acção, de quem é perseverante, isto é, aquele que persevera, que persiste firmememte na execução dos seus propósitos, o mesmo que dizer «esforço». Por esforço, pressupõe uma dedicação completa e uma obrigação, necessárias, por formas a obter uma certa mestria da arte do Karate-do. Em caso nenhum, essa mestria será possível, se não houver esforço máximo e sacrifício da parte do praticante. Esse esforço tem de ser de natureza sincera, profunda, e não sómente superficial. Um esforço sério, da parte do praticante, será sempre reconhecido pelo Mestre, na qual, por sua vez, dispenderá mais tempo com ele.

4. – «Hitotsu – Rei gyo o monzuru koto»
(Respeita o teu Semelhante como a Ti Próprio)

O respeito pelos outros sempre foi preconizado por toda a filosofia universal, ocidental e oriental.
Por respeito, entenda-se consideração, sendo uma parte importante da cultura nipónica, e por consequência, muito comum nas artes marciais.
O Mestre Gichin Funakoshi realçava o facto de que, em Karate-do dever-se- -ia começar e acabar com etiqueta. Igualmente, ele estabeleceu que, sem cortesia não havia dojo.
Isto, é a reflexão da natureza formal do povo japonês e, pode ser observado, fazer-se vénias durante o treino, bem como, em casa ou no emprego.
A etiqueta do dojo está bem definida: – “faz-se a vénia correctamente, e mostra-se respeito em tudo o que se fizer e aonde quer que se vá!”
O respeito é extensível a todos e a tudo. Mestres, companheiros de treino, familiares, professores escolares, educadores, leis, mortos, natureza, etc., enfim, tudo…

5. – «Hitotsu – Keki no yo o imashi muru koto»
(Abstém-te de Comportamentos violentos)

Um lutador treinado, seja ele, karateka ou não, é uma pessoa com um espírito, diga-se, competitivo, muito forte. Dir-se-ia mesmo, com um grande espírito de sobrevivência e de uma grande força interior. Assim, torna-se injusto usar toda essa experiência, feita sabedoria, contra uma pessoa não treinada.
O espírito do karateka é imbatível e, como tal, ele deve usar, isto é, tem de usar, todo o seu conhecimento para o «bem», sómente, por uma questão de justiça.
Desta feita, uma pessoa assim, com este carácter, pode perfeitamente, afastar-se de todo o conflito, evitando uma luta, porque ele controla as suas emoções, e por isso, está em paz consigo próprio.
Ele não tem de testar as suas habilidades técnicas na rua, gratuitamente.
Ele vence, sem lutar, e não terá ressentimentos, porque ninguém o injuriará.
«Abster-se de comportamentos violentos» é difícil de explicar aos ocidentais, por causa do seu envolvimento emocional. A sua atitude e a ância natural de vencer, todos os desafios da vida, e eles querem tanto isso «vencer», e o mais rápidamente possível, que por vezes, chegam a estar contra os princípios do Karate-do.

Não nos esqueçamos das sábias palavras que preconizam, a todo aquele que se propõe percorrer o caminho do Karate-do…:

Aprende a lutar para não lutar!

O verdadeiro Mestre é aquele que se mantém calmo no meio da confusão!

Há que amar a Vida sem temer a Morte!

Se começamos a bater-nos, há que vencer, mas bater-se não é o objectivo.

A arte guerreira, por excelência, é a arte da paz, e esta é a mais difícil.

Há que ganhar sem se bater!

História do Karaté

História do Karaté

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Karate ou karate-do é uma forma de budo (caminho do guerreiro). Arte marcial japonesa que tem a sua origem em Okinawa e foi introduzida nas principais ilhas do arquipélago japonês em 1922. O Karate enfatiza as técnicas de ataque (i.e. socos e pontapés) ao invés das técnicas de luta corpo-a-corpo.

A prática do Karate pode ser dividida em três partes principais: kihon, kumite e kata.

Kihon é o estudo dos movimentos básicos.

Kumite significa luta e pode ser executada de forma definida ou de forma livre (randori).

Kata significa forma e é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em sequências fixas de movimentos.
História

Originalmente a palavra karate era escrita com os ideogramas (Tang e mão) referindo-se a dinastia chinesa Tang ou, por extensão, mão chinesa reflectindo a influência chinesa neste estilo de luta. Actualmente o significado mais comum destes ideogramas é o de mão vazia. Karate-do significa portanto caminho da mão vazia. O karate é provavelmente uma mistura de uma arte de luta chinesa levada até Okinawa por mercadores e marinheiros da província de Fujian com uma arte própria de Okinawa. Os nativos de Okinawa chamam este estilo de te, mão. Os estilos de karate de Okinawa mais antigos são o Shuri-te, Naha-te e Tomari-te, assim chamados de acordo com os nomes das três cidades em que eles foram criados.

Em 1820 Sokon Matsumura fundiu os três estilos e deu o nome de shaolin (em chinês) ou shorin (em japonês), que são as diferentes pronúncias dos ideogramas (pequeno e bosque). Entretanto os próprios estudantes de Matsumura criaram novos estilos adicionando ou subtraindo técnicas ao estilo original. Gichin Funakoshi, um estudante de um dos discípulos de Matsumura, chamado Anko Itosu, foi a pessoa que introduziu e popularizou o Karate nas ilhas principais do arquipélago japonês.

O karate de Funakoshi originou-se da versão de Itosu do estilo shorin-ryu de Matsumura que é comumente chamado de shorei-ryu. Posteriormente o estilo de Funakoshi foi chamado por outros de shotokan. Funakoshi foi o responsável pela mudança na forma de escrever o nome desta arte marcial. Sendo esta a forma que encontrou para que o karate fosse aceito pela organização de budo Dai Nippon Butokai, já que numa época de ascensão do nacionalismo japonês era importante não fazer com que o Karate parecesse uma arte de origem estrangeira, como a maneira antiga de escrever implicava.

O karate foi popularizado no Japão e introduzido nas escolas secundárias antes da Segunda Guerra Mundial.

Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o Karate fez a sua transição para o karate-do no início do século XX. O do em karate-do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Como foi adoptado na moderna cultura japonesa, o Karate está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do karate algumas vezes é chamada de “zen em movimento”. As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como executado no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas.

A modernização e sistematização do Karate no Japão também incluiu a adopção do uniforme branco (dogi ou keikogi) e de faixas coloridas indicadoras da graduação alcançada pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do judo. Fotos de antigos praticantes de Karate de Okinawa mostram os mestres em roupas do dia-a-dia.

* A Origem do Tigre Shotokan
* Estilos do Karaté
* O Karaté Como Desporto

História: O Karate-Do e sua origem

História: O Karate-Do e sua origem
Uma arte marcial antes praticada secretamente na Ilha de Okinawa (sul do Japão) por pessoas comuns que estavam proibidas de portar armas, e por isso se defendiam de mãos vazias, fazendo uso destas, dos cotovelos, joelhos e pés.

O Karate-Do e sua origem



Castelo de Shuri, em Okinawa

Uma arte marcial antes praticada secretamente na Ilha de Okinawa (sul do Japão) por pessoas comuns que estavam proibidas de portar armas, e por isso se defendiam de mãos vazias, fazendo uso destas, dos cotovelos, joelhos e pés.

Os estilos de Karate mais praticados atualmente são:

Estilo Fundador Data Oficial
Shotokan Gichin Funakoshi 1922
Wado-Ryu Otsuka Hironori 1935
Goju-Ryu Myagui Chogun 1935
Shito-Ryu Mabuni Kenwa 1936
Shorin-Ryu Choschin Chibana 1960

As diferenças entre os estilos são baseados nos locais de origem.

Haviam três principais núcleos de "Te" (mãos) em Okinawa. Estes núcleos eram as cidades de Shuri, Tomari e Naha. Conseqüentemente os três estilos básicos antes de receberem os nomes mencionados na tabela acima, tornaram-se conhecidos como Shuri-Te, Tomari-Te e Naha-Te.

A seguir vamos mencionar os nomes dos mestres que desenvolveram e ensinaram o Karate nas cidades de Shuri, Tomari e Naha.


Shuri-te

Sakugawa Sokon Matsumura Anko Itosu
Sakugawa Sokon Matsumura Anko Itosu

O primeiro deles, Shuri-Te, veio a ser ensinado por Sakugawa (1733-1815), que ensinou Sokon "Bushi" Matsumura (1796-1893), e que por sua vez ensinou Anko Itosu (1813-1915).
Foi Itosu o responsável pela introdução da arte nas escolas públicas de Okinawa. Shuri-te foi o precursor dos estilos japoneses que eventualmente vieram a se chamar Shotokan, Shito-Ryu , Shorin-Ryu e Wado-Ryu.

Tomari-te

Kosaku Matsumora Chokki Motobu Chotoku Kyan
Kosaku Matsumora Chokki Motobu Chotoku Kyan

Tomari-Te foi desenvolvido juntamente por Kosaku Matsumora (1829-1898) e Kosaku Oyadomari (1831-1905).
Matsumora ensinou Chokki Motobu (1871-1944) e Oyadomari ensinou Chotoku Kyan (1870-1945) - dois dos mais famosos professores da época.
Até então Tomari-Te era largamente ensinado e influenciou tanto o Shuri-Te como o Naha-Te.

Naha-te

Seisho Arakaki Kanryo Higashionna Chojun Miyagi
Seisho Arakaki Kanryo Higashionna Chojun Miyagi

Seisho Arakaki (1840-1920) desenvolveu o Naha-Te, e o estilo tornou-se popular devido aos esforços de Kanryo Higashionna (1853-1916) e seu mais famoso aluno foi Chojun Miyagi (1888-1953).

Miyagi também foi à China para estudar. Mais tarde ele desenvolveu o estilo conhecido hoje por Goju-Ryu.

Sendo assim, resumindo temos que:

Da cidade comercial de Naha (Okinawa) surgiu o Naha-Te (mão do norte ou estilo do norte), sistema de luta que dava ênfase à força, deu origem ao estilo Goju-Ryu de Karate.

Da cidade portuária de Tomari (Okinawa) surgiu o Tomari-Te (mão do centro ou estilo do centro). Sistema de luta que, na verdade, era uma fusão dos estilos de Shuri e Naha.

Da capital Shuri (região Sul de Okinawa) surgiu o Shuri-Te (mão do sul ou estilo do sul), sistema de luta que valorizava a velocidade.

Shuri-te e Tomari-te deram origem aos estilos Shorin-Ryu, Shotokan, Shito-Ryu e Wado-Ryu.

Porém, o sistema de luta desenvolvido em Okinawa era conhecido além das fronteiras como Okinawa-Te (mão de Okinawa).

Este nome manteve-se, até por volta de 1936, até que, com o evento do "conflito sino-nipônico" (Guerra entre a China e o Japão) foi criada a palavra "Karate" (mãos vazias) e um grande mestre da época, Gichin Funakoshi, considerado o Pai do Karate moderno, criador do estilo Shotokan, adotou esta palavra para substituir a denominação do Okinawa-Te, permanecendo então até nossos dias como Karate.

Gichin Funakoshi
Gichin Funakoshi
Este mesmo mestre, incrementando sentido espiritual e filosofia de vida ao Karate, adicionou a palavra Do (caminho, vereda espiritual), ficando conhecido como Karate-Do (O caminho das mãos vazias).

O passo seguinte foi a adoção do karate-gui, um uniforme igual para todos, branco, e o sistema de faixas e graduações de Kyus (faixas coloridas, da branca até a marrom) e Dans (do 1o ao 10o grau para os faixas pretas) similar ao que era usado no Judô.

No ano de 1933, o Dai Nippon Butokukai, órgão japonês encarregado das artes marciais, reconheceu oficialmente o Karate-Do como arte marcial.

Existem ainda outros estilos derivados, posso citar o estilo Kyokushin, que foi criado no ano de 1961, no Japão, por um coreano de nome Hyung Yee, que se naturalizou japonês e mudou o nome para Masutatsu Oyama (1923-1994).

Masutatsu Oyama

A História do Karate-Do Tradicional

A História do Karate-Do Tradicional


O princípio das artes marciais e do Karate

* Bodhidharma e o Templo Shaolin
* O Karate chega a Okinawa


Os pioneiros do Karate moderno

* Gichin Funakoshi (Shotokan-Ryu)
* Chojun Miyagi (Goju-Ryu)
* Kenwa Mabuni (Shito-Ryu)
* Hironori Otsuka (Wado-Ryu)
* Tatsuo Shimabuku (Isshin-Ryu)


Grandes mestres do Karate mundial

* Masatoshi Nakayama
* Hidetaka Nishiyama
* Hiroshi Shirai
* Takeshi Oishi


Grandes mestres do Karate brasileiro

* Yasuyuki Sasaki
* Yasutaka Tanaka
* Yoshizo Machida
* Hiroyasu Inoki
* Tasuke Watanabe


O Karate em Santa Catarina

* Shigeru Sogo
* Shigeru Sogo (por Ademar Rulenski)
* Shigeru Sogo (por Anísio Feitosa)

O significado de KARATE

O significado de KARATE



O KARATE é uma arte onde uma pessoa aprende a utilizar as suas mãos ou outros membros do corpo (pés, joelhos, …) para se defender. É desse facto que vem designação de “Mão vazia”, ou “Nada nas mãos” (KARATE).

Traduzindo:

TE significa em japonês Mão

KARA significa em japonês Vazio

Deste modo KARATE = KARA + TE significa então “Mão vazia”.

FAixas No Karatê Shotokan

No Karatê Shotokan

As faixas e côres são as seguintes:

faixa branca …….. iniciante
faixa amarela ….. 6º Kyu
faixa vermelha … 5º Kyu
faixa laranja ……. 4º Kyu
faixa verde …….. 3º Kyu
faixa roxa ……… 2° Kyu
faixa marrom …. 1º Kyu
faixa preta ……. 1º DAN




Ainda:


O sistema atual de graduação de faixas coloridas é o mais aceito; Antes disso, muitos métodos distintos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas , recorriam a três tipos de certificados para seus membros:

1-SHODAN- significando que se havia adquirido o status de principiante.

2-TIUDAN- significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre.

3-JODAN- A graduação mais alta.

Significava o ingresso no OKUDEN (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).

Se o indivíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre , demonstrando interesse e dedicação, recebia o Menkio, a licença que permitia ensinar.

Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei, Shiran, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular.

A licença definitiva que podia legar e outorgar acima do Menkio, era o certificado Kaiden, além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema.

O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando Kyu ( classe) e Dan (grau) , foi criado por Jigôro Kano, o fundador do Judô Kodokan.

Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a praticar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos a longo prazo.




Na classificação de faixas coloridas, KYU significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente.

Na classificação de faixas pretas, DAN significa grau, sendo a primeira faixa preta a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente até o 10º Dan (homenagem póstuma).

Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.

No Japão, o título mais alto que uma pessoa pode obter nas artes marciais se denomina HANSHI;

É um alto cargo, cujo significado transcende as habilidades físicas ou técnicas, significa mestre exemplar.

Porém, nenhum título é mais conhecido que “Sensei”. Mas , o que significa Sensei ?

Literalmente, SENSEI significa vida prévia. Isto significa em contexto oriental, que se está ante uma pessoa com conhecimento avançado da arte e um nível de conhecimento humano elevado.

Portanto, Sensei não significa somente professor de arte marcial, mas também pessoa culta, educada e de conduta irrepreensível.

O obi é um cinturão ou faixa que serve para manter o kimôno fechado, a faixa tem um significado simbólico.

Esse aspecto simbólico são as cores.

Tradicionalmente, quando alguém começa a praticar Karatê, recebe a faixa branca.

Após anos de treinamento, a faixa tende a ficar cada vez mais escura, assumindo uma coloração marrom.

Se continuar praticando, ela vai se tornando preta.

A faixa preta significa que a pessoa esteve treinando Karatê por muitos anos.

Quando o karateca realmente se dedica ao Karatê, sua faixa, após a preta ,começa a ficar branca novamente, depois de muitos outros anos. Assim se completa o ciclo.

Branco é a cor da inocência

Indica quem tem a mente e o espírito “vazios”, alguém que é leigo nos aspectos espirituais do Karatê-dô. Também indica que esse praticante ainda não conhece bem as técnicas do Karatê.

Marrom, é a cor da terra

É a cor da solidificação.

A faixa marrom indica que o praticante já se tornou competente, mas sua mente ainda é fértil..

Nesta faixa muitos desistem e param o treinamento, julgando-se aptos o suficientes e caem na mediocridade, demonstrando a fraqueza que ainda possuem.

Preto é a fusão de todas as cores

Ela indica quem passou por dificuldades e desafios necessários para superar os obstáculos encontrados nos primeiros anos de Karatê.

Após tornar-se um Yudansha (faixa preta), é que realmente começa a jornada de um karateca.

Cada Karateca deveria saber que a faixa preta não é sinônimo de um prêmio, mas um objetivo e um símbolo da realização de um grande esforço dentro de um sistema de graduação.

EXISTEM TRÊS TIPOS DE FAIXAS PRETAS:

1-) Existe a pessoa ( que é o meu caso ) que por colaborar na divulgação do Karatê-dô tem o reconhecimento de seu serviço com um certificado de Faixa preta Honorário (chamado em japonês de Mey-dan ) .

2-) Existe a pessoa que é Karateka e treina regularmente, mas não possui índice técnico para ser aprovado em exame de faixas oficial, por ser muito antigo, e para evitar constrangimentos, pode receber uma faixa preta em reconhecime

História do Karatê no Brasil

História do Karatê no Brasil

O karatê chegou ao Brasil com os imigrantes japoneses, no ano de l908 e já que a colônia se instalou primeiro no interior de São Paulo e na capital, nada mais lógico do que aquele estado se transformar no pioneiro do karatê nacional.

Durante décadas, vindos da terra-mãe, os japoneses, dentre eles o professor Akamine, ensinavam a "arte da mão vazia" aos jovens nipônicos e aos poucos brasileiros que se interessavam.

Só em 1956 o professor Mitsuke Harada organizou a primeira academia na rua Quintino Bocaiúva, no centro da capital.

Seguindo o exemplo de Harada, outros Mestres de Karatê fundaram suas academias:

* Juichi Sagara, em São Paulo;
* Yasutaka Tanaka, Sadamu Uriu, no Rio de Janeiro;
* Higashino em Brasília; e
* Eisuku Oishi na Bahia.

Em 1960, o Professor Shikan Akamine fundou a Associação Brasileira de Karatê, em São Paulo e a partir daí essa arte começou a crescer em qualidade e número de adeptos no País.

HISTÓRIA DO KARATÊ

HISTÓRIA DO KARATÊ
Geral no Brasil no Amazonas


O Início do Karatê no Brasil

Como o Judo, o Karate também chegou ao Brasil com os imigrantes japoneses no ano de 1908 e instalou-se primeiro em São Paulo, principalmente nas cidades do interior, nada mais lógico do que este estado se transformar no pioneiro do Karate nacional. Foi introduzido através das colónias japonesas nas cidades de Biguá, Pedro de Toledo, Bastos, Maria e Garça, além do litoral e da capital paulista. Durante vários anos, os imigrantes japoneses ensinaram a "arte da mão vazia" aos jovens japoneses e aos poucos brasileiros que se interessavam.
Só em 1955 é que o Mestre Mitsusuke Harada organizou oficialmente a primeira academia na Rua Quintino Bocaiúva, 255, no centro da capital paulista. Nascido na Manchuria, em 1928, começou a estudar Karate em 1943 com o Mestre Funakoshi no Dojo Shotokan. Recebeu seu 5º Dan directamente do Mestre Funakoshi. Fez o curso de Economia e Comércio na prestigiosa Universidade de Waseda. Veio para o Brasil para trabalhar num banco japonês, mas não se desligou do Karate. Aqui teve como um dos seus alunos principais o Mestre Tomeji Ito. Mais tarde, assumiu definitivamente a função de ensinar Karate profissionalmente. Em 1963, deixou o Brasil e viajou para França, a convite do Mestre Ohshima, mas por motivo de problemas com sua permissão para morar naquele país, dirigiu-se finalmente para Grã-Bretanha onde fez sua residência.
Em 1958, o Mestre Seiichi Yoshitaka Akamine chegou ao Brasil com o propósito de ensinar Karate. Nascido no dia 14 de Maio de 1920, em Naha, Okinawa, foi instruído no estilo Shorin-ryu pelo Mestre Chomo Hanashiro, estilo que praticou até os dezasseis anos, quando recebeu o 1º Dan. Chegando em São Paulo fundou sua escola e formou diversos alunos que se espalharam pelo Brasil e pela América do Sul, como era o seu sonho. Viajou muito fazendo demonstrações e difundindo o Karate no interior paulista e paranaense. A sua primeira academia foi fundada na rua Tabatinguera, chegando a ter filiais em vários estados do Brasil e outros países. Faleceu no dia 18 de julho de 1995.
O Mestre Akamine começou a ensinar Karate num clube japonês no bairro da Vila Prudente, Clube Santos, e em sua própria casa, na Rua Oriente, no bairro do Brás, juntamente com Kawamura, Nakaema, Osaka, Higashino, Yasutaka Tanaka, Sadamu Uriu, Juichi Sagara e Sawaguchi (este último, logo depois retornou ao Japão).
Os primeiros cintos negros formarem-se no Brasil pela Shotokan foram: Milton Osaka, Inoki (irmão de Sagara), Benedito Nelson Augusto Santos (que já era cinto negro pela Goju-ryu), Lirton Monassa, Fernando Pessoa, Yasuyuki Sassaki, Ailton M. Menezes, Oswaldo Duncan, Raimundo Bastos, Maurício, Márcio Bievenutti, Claudio Trigo, William Felippe, Júlio Takuo Arai e Dinor. Nomes que ajudaram a construir a história do Karate no Brasil .
E assim o Karate foi-se espalhando e crescendo de norte a sul do Brasil.
Fonte: Prof. Pedro Luiz Chiés, Associação Chiés Karatê-Do, Brasil, 2001, in site oficial

Principais mestres pioneiros do Karatê Brasileiro foram:

JUICHI SAGARA
EISUKE OISHI
TETSUMA RIGASHINO
YOSHIHIDE SHINZATO
KOJI TAKAMATSU
TAKETO OKUDA
YASUTAKA TANAKA
YASUNORI YONAMINE
MICHIZO BUIO
SADAMU URIU
RIUZO WATANBE
AKIO YOKOYAMA

Origem do Karatê Desportivo


Dorival Caribe da Bahia
primeiro campeão brasileiro

Introduzido no Brasil na década de 50, através da colônia Japonesa, inicialmente no Estado de São Paulo e posteriormente em outros estados, o Karate desenvolveu sua prática por todo o País, culminando com equipes competitivas e a participação dos atletas brasileiros em competições nacionais e internacionais, onde conquistaram inúmeras medalhas.
O Primeiro Campeonato Brasileiro:
O I Campeonato Brasileiro de Karate foi realizado há quarenta anos atrás na cidade do Rio de Janeiro - Ginásio de Esportes do Botafogo Futebol e Regatas. Esta foi a primeira competição oficial de Karate no Brasil. Foi realizado nos dias 2 e 3 de dezembro de 1969 e teve a participação dos seguintes estados: São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Rio de Janeiro.

RESULTADOS:
Kumite Individual
1º Lugar: Dorival Caribe (BA)
2º Lugar:Denílson Caribe (BA).

Kata Individual
1º Lugar: Cláudio Trigo (RJ)
2º Lugar: Denílson Caribe (BA).

Kumite Equipe
1º Lugar : Rio de Janeiro (Lirton Monassa, Márcio Benvenutte, Cláudio Trigo, Mario Cervone, Paulo Góes, Fernando Soares e Antonio Fraga).
2º Lugar: São Paulo (Alfio Ferrari Filho – Roberto Ferreira – Joel Souza - Luiz Tasuke Watanabe – Toshio Nagai e Djair Daniel).

Kata Equipe
1º Lugar: Rio de Janeiro (Cláudio Trigo – Marcio Benvenute - Antonio Fraga - Mario Cervone e Sebastião Nazaré )
2º Lugar: Bahia (Denílson Caribe – Ivo Rangel – Ivan Palma e Milton Mucarzel).

Os atletas acima relacionados fazem parte da história do Karatê brasileiro e participaram do primeiro campeonato oficial de Karatê no Brasil. A entidade dirigente da modalidade na época era a Confederação Brasileira de Pugilismo, através do seu Departamento de Karatê.
Fonte: Confederação Brasileira de Karatê

O Primeiro Torneio de Âmbito Nacional

Na coluna de Denílson Caribé, no Jornal Esportivo da Bahia de 1977, há menção do que teria sido o primeiro torneio de karatê em âmbito nacional como transcrito abaixo:
Em junho de 1965, por via rodoviária e o que é mais importante, com cada atleta pagando a sua própria passagem, embarcou a primeira Seleção Baiana de Karatê com a seguinte constituição: Técnico Eisuke Oishi; atletas: Denílson Caribe, Renato de Jesus Pereira, Renato Duarte Filho, Lázaro Gagliano, Carlos Alberto Costa e Ivo Rangel da Silva.
Esse torneio foi o primeiro de âmbito nacional feito para atletas de Karatê e sua realização, no ginásio da Polícia de São Paulo, reuniu um público de quase seis mil pessoas, superlotando as dependências existentes. Ele nos surpreendeu, agradavelmente pela sua organização e pela receptividade obtida junto ao público
esportivo paulistano e, muito mais, quando no final, a Seleção Baiana foi proclamada campeã. Não sem antes ter havido a nossa desclassificação praticamente feita pelo prof. Taniguchi que funcionou como Árbitro central em todas as lutas, agindo com indisfarçada parcialidade, o resultado não teria sido injusto se considerássemos que, nervosos pelas constantes distorções da arbitragem, os atletas baianos acabaram por concluir alguns golpes, contundindo os adversários. Isto, porém, no nosso entender, apresentou a eficiência que deveria ser fruto dos ensinamentos de Taniguchi, opinião idêntica à de outros mestres presentes. Estes, reunidos acabaram por mudar grande parte das decisões da arbitragem concedendo-nos a vitória e, finalmente, o Título de certo modo surpreendente e inesperado de Campeões do I Torneio Nacional de Karatê.
Isto representou uma revisão ampla na decisão do nosso principal objetivo: aliar a técnica à eficiência.

Organização do Karate no Brasil

No Brasil a Entidade Nacional de Administração da modalidade karate é a Confederação Brasileira de Karate-CBK (representante de 26 Federações estaduais), que está filiada a WKF e vinculada ao Comitê Olímpico Brasileiro-COB certificado do COB, além de reconhecida através da Portaria nº 551 do Ministério da Educação (10/11/1987), portaria do MEC como entidade de direção nacional da modalidade, com
competência na área do desporto de sua própria denominação.

Confederação Brasileira de Karate

Ata de Fundação
No dia 11 de setembro de 1987, às 15 horas e 25 minutos, na sala de reuniões na sede da Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP), na cidade do Rio de Janeiro, reuniram-se em Assembléia Geral, para atender a convocação feita através do Edital publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de agosto de 1987, os presidentes das federações estaduais de karate filiadas ao departamento de karate da CBP, sob a Presidência do Sr.Armando Vasconcelos, Presidente da CBP, para fundação e eleição da 1ª Diretoria Provisória da Confederação Brasileira de Karate e aprovação do estatuto da entidade. Após a verificação das credenciais as quais foram consideradas legais, o senhor Presidente solicitou a indicação do Secretário da Assembléia, sendo indicado o Sr. Valdeci Alves Rodrigues, então presidente da Federação Espírito-santense de Karate. Após os procedimentos regulamentares, por unanimidade dos presentes, foi fundada a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE KARATE. Em seguida foi apresentada pelas Federações Mineira e Rondoniense de Karate a chapa para a primeira diretoria (provisória) da entidade, sendo eleita por unanimidade e aclamação, sendo os eleitos
declarados empossados pela Assembléia Geral.
Diretoria fundadora:
Presidente Fauzi Abdala João
Vice-Presidente Hugo Nakamura
Secretário Alcir Magalhães
Tesoureiro Aldo Lubes
Diretor Técnico Teruo Furusho
Segundo Presidente: Marcelo Guimarães Arantes
Presidente atual: Edgar Ferraz de Oliveira

Histórico do Karate no Brasil

Histórico do Karate no Brasil
O Karate foi introduzido no Brasil através da colônia japonesa nas cidades de
Binguá, Pedro de Toledo, Bastos, Maria e Graça, no litoral de São paulo, pôr ocasião
das imigrações.
Oficialmente, sabe-se que, em 1955, o professor Harada, 5° Dan, da
Universidade de Waseda, foi o primeiro a estabelecer uma academia de Karate
Shotokan no Brasil, na R. Quintino Bocaiúva, 255, em São Paulo. Após o pioneirismo
de Harada, outros mestres do Karate fundaram outras academias.
Yasutaka Tanaka fundou a Kobukan, no Rio com seu aluno Lirton dos Reis
Monassa (também professor no Rio de Janeiro), Sadaomu Oriu fundou a Shidokan, com
Duncan (professor no Rio), Fernando, Maurício e Raimundo Bastos (professor no Rio).
Já na capital federal, Brasília, o professor Tetsuma Higashima trabalhou para a
expansão do Karate, da mesma forma que Eisuki Oishi, na Bahia.
Os primeiros faixas pretas Shotokan do Brasil foram: Milton Osaka, Inoki,
Benedito N. A. Santos, Lirton dos Reis Monassa, Fernando Pessoa, Maurício, Yasuiuki
Sasaki, Ailton M. Menezes, Oswaldo Duncan, Raimundo Bastos, Márcio Bevenutti,
Claudio Trigo, William Felippe, Júlio Alay e Dinor.
Posteriormente vieram do Japão: Takeushi (RJ), Taketo Okuda (SP), Oishi e
Yoshizo Machida (BA).
SÃO PAULO
(Sagara – Tanaka – Uriu)
RIO DE JANEIRO
(Tanaka – Uriu)
BAHIA
(Uriu – Oishi)
BRASÍLIA
(T.Higashina)
JAPÃO
(Funakoshi/Nakayama)
O 1º Campeonato Brasileiro de Karate foi realizado na cidade do Rio de Janeiro no
Ginásio de Esportes do Botafogo Futebol e Regatas. Esta foi a primeira competição
oficial de karate no Brasil, realizada nos dias 2 e 3 de dezembro de 1969 e teve a
participação dos seguintes estados: São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Rio de Janeiro.
RESULTADOS:
· Kumite Individual
1º Lugar: Dorival Caribe (BA)
2º Lugar: Denílson Caribe (BA).
· Kata Individual
1º Lugar: Cláudio Trigo (RJ)
2º Lugar: Denílson Caribe (BA).
· Kumite Equipe :
1º Lugar : Rio de Janeiro - (Lirton Monassa, Márcio Benvenutte, Cláudio Trigo,
Mario Cervone, Paulo Góes, Fernando Soares e Antonio Fraga).
2º Lugar: São Paulo - (Alfio Ferrari Filho – Roberto Ferreira - Joel Souza - Luiz
Tasuke Watanabe - Toshio Nagai e Djair Daniel).
· Kata Equipe :
1º Lugar: Rio de Janeiro - (Cláudio Trigo - Marcio Benvenute - Antonio Fraga -
Mario Cervone e Sebastião Nazaré).
2º Lugar : Bahia - (Denílson Caribe - Ivo Rangel - Ivan alma e Milton Mucarzel).
Os atletas acima relacionados fazem parte da história do karate brasileiro e
participaram do primeiro campeonato oficial de karate no Brasil. A entidade dirigente
da modalidade na época era a Confederação Brasileira de Pugilismo, através do seu
Departamento de Karate.
Origens do Karate



A origem e história do Karate é muito incerta. Não existe mesmo uma data ou uma época em que possamos verdadeiramente definir o princípio do Karate. No entanto, reportando-nos à bibliografia de especialidade, todos os historiadores, autores e mestres que escreveram sobre este assunto são unânimes em estabelecer a ligação com o nome do patriarca do Zen, «Bodhidarma» estreitamente ligado às primeiras formas de Karate como método de combate e ao mesmo tempo exercícios em que o corpo e espírito participariam com uma noção de indivisibilidade, que permitiriam ao homem a ascense à «verdade única», quer dizer, a um estado de iluminação de tal clareza que lhe daria o verdadeiro conhecimento e a paz de alma. Recuando ainda mais através da história, contam certos manuscritos antigos que viveu na India um príncipe que passava o tempo a observar os animais nos seus combates e analisava atentamente os seus movimentos. Ele classificava todas as suas observações e tenta transpor um certo número de técnicas de combate dos animais de presa e do voo, para serem utilizadas pelo homem.

Numa segunda etapa, o mesmo príncipe sacrifica algumas centenas de escravos na busca exacta do sitio onde se encontram os pontos vitais do corpo humano.

Esta lenda, verdadeiro banho de sangue inútil, não tem todavia qualquer relação com a utilização milenária, chinesa, dos métodos de «Acumpunctura», o processo de picagem com agulhas nos pontos principais sensitivos, para reanimação e até cura de certas doenças.

Também na China o Karate era conhecido há cerca de 5.000 anos, onde era praticado, contudo, com um sentido mais tipo ginástico, (mas sempre como imitação simplificada do movimento de ataque e defesa) destinado a manter o equilíbrio e diminuir a tensão nervosa.

A fonte de inspiração foi ainda a observação dos animais ferozes como o tigre, a águia, etc.. Esta imitação dos animais tem, contudo, um sentido lógico e extraordinariamente concreto. Com efeito, se estudarmos atentamente o movimento de ataque da pantera, o chamado «Bote Felino» encontraremos uma velocidade de ataque relâmpago e sempre ao ponto sensível dos animais carnívoros, a veia jugolar.

O próprio avanço, recuo, voltagens, esquivas dos movimentos de Karate, assemelham-se aos dos Felinos em combate.

É óbvio que um Karateka a nível elevado pode enfrentar com êxito, em luta de vida ou de morte, qualquer tipo de animal, mesmo um leão, ou tigre.

Ainda voltando às origens do Karate, está definitivamente estabelecido ter sido a China, com a técnica de combate designada Kempo, que avançou mais a técnica, sobretudo procurando a maior velocidade possível de execução. Esta arte era de início reservada aos nobres, desenvolvendo-se como desporto popular na dinastia de «HAN», cerca de 300 anos antes de Jesus Cristo. As técnicas de combate sem armas desenvolveram-se mais na China, com a vinda da dinastia «Ming».

A espantosa imaginação criadora dos chineses, (liberdade da invasão Mongólia de «Gengis-Kan»), deu lugar à criação de novos métodos de combate sucessivamente aperfeiçoados.



A ILHA de OKINAWA, criadora do Karate



A Ilha de Okinawa foi, desde sempre, um ponto de contacto entre a cultura chinesa e a cultura do Japão. É nesta ilha, sucessivamente conquistada pelos imperadores chineses e pelos senhores feudais japoneses, que o Karate toma a forma sob a qual o conhecemos hoje na Europa, embora dividido em cinco estilos fundamentais.

Nessa época era proibida em absoluto aos habitantes da ilha, sob domínio japonês, o uso das armas. Mesmo as armas brancas eram interditas. Só os samurais invasores podiam fazer uso das suas.

Destas interdições nasce o Okinawte-Te, misto da escola Kempo e de técnicas locais. Constituíram-se seitas secretas que praticavam secreta e intensamente, de noite, entre discípulos seguros. Pés e mãos transformaram-se, em armas terríveis, capazes de substituir os punhos e as espadas. As pontas dos dedos tornaram-se tão perigosas como uma faca. Os cotovelos e joelhos, adquirem a potência das matracas, dos maços de ferro. Os braços, a solides dos sabres. Nesse Karate, todos os membros eram utilizáveis procurando, sistemática e rapidamente, uma eficácia absoluta e rápida. Os golpes são sistematizados à velocidade máxima. Os estrangulamentos, luxações, projecções do corpo ao solo, foram totalmente abandonados, ficando como meios acessórios. Esta fase explica a diferença de eficácia entre o Karate e o Jiu-Jitsu japonês, mais tarde substituído pelo Judo.



* * *



Cerca de 1900, o estudo do karate foi divulgado em Okinawa pelos mestres Itosu e Higaona, já com carácter oficial e aberto. Depois o Governo Japonês, na pessoa dos ministros, convida os mestres a ensinar Karate no Japão. É então que entre todos se destaca o mestre Gichin Funakoshi, como personagem de primeiro plano e figura de nível intelectual, mental e espiritual impar, como ainda hoje se venera o seu espirito para que presida ao trabalho em cada «Dojo». Esse o homem de olhar repousante e firma de que vemos, na parede central de cada «Dojo» de Karate, a fotografia.

É ele que organiza a Escola Shotokan, codificando as actuais formas de Karate no Japão e insuflando a uma simples técnica a força mental do Karate como era praticado por Bodhidarma, associando o corpo e o espirito, como nas antigas formas do Kempo.





Princípios morais e sociais do Karate

O Karaté, como doutrina ou actividade interligada à obtenção do estado "Satori" do Zen, não tem, em principio, qualquer tipo de código a seguir. No entanto, todos os "estilos", "jogos", "associações", livros sobre o assunto, insistem no aspecto altamente superior e moral do Karaté. Vejamos o juramento do Estilo Kiokushinkai que é pronunciado no fim de cada sessão de treino.

"Juramos solenemente -
1º - Dedicar todo o nosso esforço ao desenvolvimento mútuo espiritual, intelectual e físico.
2º - Manter-nos atentos ao ensino dos mestres, esforçando-nos por conseguir o domínio desta Arte Marcial.
3º - Enfrentar com firmeza todos e cada um dos obstáculos que se ergam impedindo-nos de alcançar nossas metas.
4º - Ser corteses no nosso comportamento exterior e recordar permanentemente a virtude da modéstia.
5º - Ter respeito pelos outros, superiores ou inferiores, amigos ou inimigos.
6º - Evitar todo o incidente desnecessário e só utilizar o Karaté em caso de perigo real e só em defesa.
7º - Juramos ser bons cidadãos, membros dignos da comunidade e verdadeiros cavalheiros".

São certamente surpreendentes para muitos, os bons propósitos desta Arte Marcial em relação aos outros. E por isso é caso raro o emprego do Karaté para o mal, o que felizmente só vemos no cinema. A ascensão na técnica é acompanhada pela elevação à pureza. As graduações, os sacrifícios e sinceridade necessária a cada treino, conduzem, mesmo fora do aspecto puramente mental, a uma purificação das intenções do indivíduo, dando-lhe uma medida exacta do seu valor em relação a si mesmo e em relação aos outros, obrigando-o a uma introspecção que nivela as paixões e equilibra o espírito. Recordamos uma frase curiosa que traduz bem esse pensamento: "O Karaté é destinado a uma elite. Iniciação mental de essência superior, é inacessível a naturezas mesquinhas".



Princípios e fundamentos do Karate



Antes de entrar no plano da técnica do Karaté, há que dar atenção aos princípios fundamentais, teóricos e práticos, do Karaté, que são de uma importância excepcional para quem se proponha abordar o estudo desta arte. Dividiremos estes princípios em duas partes: a parte física e a parte mental, embora as duas estejam intimamente ligadas. Com efeito, se aprender-mos a técnica do Karaté e não a executar-mos com o espírito, essa técnica é apenas um conjunto de sóbrios e belos movimentos, mas não o próprio Karaté. Por outro lado, o espírito sem a técnica, por muita intensidade que possua, jamais poderá ser eficaz no combate total.


Energia Dinâmica
Todas as técnicas do Karaté devem, depois de assimiladas, ser executadas a fundo, quase ferozmente, no sentido de libertar e acordar a energia latente. Esse é o meio de obter a explosão de força concentrada ao mais alto grau. Aqui, a vontade de cada um joga um papel mais importante do que a simples força muscular pois são canalizadas sobre um fim especifico todas as reservas musculares e nervosas, sendo a tensão e a contracção do tipo isométrico a base de obtenção de um poder, que cada um possui latente mas que raramente é posto em execução. O potencial atlético é realmente importante em Karaté? - A resposta é não. O importante é a tensão posta no final da execução da técnica e ao mesmo tempo a coordenação de cada movimento. Aprendemos assim a bater com o punho ou com o pé na zona onde a concentração é máxima. O factor precisão na acção entra então em jogo.


Descontracção
A tensão que cito acima atravessa porém períodos relâmpagos de descontracção. Pode parecer um paradoxo, mas na realidade é possível atingir uma tensão em descontracção, que consiste num estado de espírito em que certos músculos e nervos se encontram instantaneamente prontos a intervir à mínima solicitação do "sentido",. E aqui digo sentido pois não é o pensamento que intervém neste caso, nem mesmo o consciente. Esta é uma noção difícil de exprimir por escrito, pois é tão subtilmente intuitiva, que só quem a sente a pode compreender inteiramente. Com efeito, todos sabemos a importância da "ligação" do bloco, da acção em bloco, e as "nuances" atravessadas por exemplo no recuo veloz do Kokutsu acompanhado da blocagem e a contracção e descontracção atravessada pelos membros inferiores e superiores ao passar ao contra ataque em força.


Respiração
As fases de força e fraqueza que o corpo atravessa são devidas à respiração. Quando expiramos, encontramo-nos vulneráveis a qualquer ataque. Dai o conselho de concentrar sempre a respiração no ataque e contrair a respiração abdominal no momento do impacto. Nunca, em Karaté, se deve agir de maneira desordenada. Uma perfeita coordenação e um perfeito equilíbrio são absolutamente necessários no que respeita à inspiração e expiração. Daí ser por vezes monótono, para os iniciados, o tipo de treino inicial na posição zazen, onde se aprende, durante longo tempo, a respirar. Em combate de Karaté a respiração não deve transparecer ao adversário. A respiração deve ser discreta, excepto, é claro, no caso das respirações ventrais sonoras. Para o iniciado, o ler que a respiração pode ser executada com o ventre, pode parecer estranho. Aí entramos no campo do Karaté, pois a respiração pode exteriorizar-se por um grito gutural e breve, destinado mais a contribuir para a explosão de energia do que a assustar ou desorientar o adversário. Esse grito chama-se o "Kiai", que não é mais do que o estado de tensão interna que preside à execução do grito.


O Kiai
O Kiai pode ser sonoro ou silencioso e é um estado psicológico, mais do que um simples berro gutural. Ele é a expressão violenta duma tensão mental e física que atingiu o paroxismo, o apogeu. Esse grito é o símbolo da explosão da dinâmica física e facilita a concentração total na acção. O Kiai deve sair das profundezas dos abdominais e não unicamente das cordas vocais. O que a maioria dos iniciados, e mesmo certos cintos avançados, fazem julgando ser o Kiai é na maioria das vezes um simples grito prolongado que é mais ridículo do que inibidor do espírito adverso. O verdadeiro Kiai é usado com parcimónia e só nos momentos exactos da acção total. Todavia é tão perigoso usá-lo descuidadosamente como prescindir dele, principalmente nos Katas Heians e Tekkis. O Karaté é a procura da sensação e não da beleza e perfeição do gesto. O próprio Kiai deve ser executado em sensação e não mecanicamente, como meio de marcação do exercício executado. A um nível mais avançado não é raro ver-se a paralisação do ataque oponente através do Kiai. Certos mestres e instrutores conseguem mesmo o desmaio do adversário, por meio do Kiai. O Kiai é pois um meio de inibição e ao mesmo tempo usado como reanimação por meio da aplicação da técnica do Kuatsu, (técnica de recuperação e reanimação de desmaio provocado por pancadas, luxações e projecções, etc.). Para chegar ao estado psicológico necessário à explosão do Kiai é pois necessária não só uma execução intensa das técnicas, em potência, mas também uma disponibilidade de espírito e contracção ventral que permita a explosão imediata da energia acumulada num instante preciso. Procurar, sobretudo, que o som provenha da parte baixa da região abdominal.


A Concentração
Sem verdadeira, positiva e treinada concentração mental, não há karateca válido, como atrás dissemos. Sem o espírito, a eficácia da técnica arrisca-se a severas e decepcionastes desilusões. O que é afinal a concentração em karaté? Aqui abordo um outro factor importante: o domínio pessoal, o chamado autodomínio. Ora um karateca deve, em todas as circunstâncias, ficar calmo, tranquilo, sem qualquer atitude ou gesto ou contracção visível que deixe adivinhar as suas intenções. Esse tipo de concentração deve e pode ser usado no treino do "dojo", e na vida quotidiana. Lembramos a máxima: aquele que está bem preparado, não o parece. Esta é a atitude do karateca. A tensão é dissimulada numa concentração disponível, sem a mínima excitação que deforme a realidade e impeça a percepção exacta, instintiva, do acontecimento que se produza. Por outro lado parece um paradoxo entrar em acção com a energia explosiva do Karaté e manter o espírito lúcido e o sangue frio. Como conseguir essa maravilhosa indiferença frente a situação desesperada? Como conseguir esse vazio de espírito, esse desprendimento aparente, quando toda a energia física é desencadeada? A resposta só a podem os iniciados encontrar através da prática real do Karaté. A concentração está em contradição aparente com a disponibilidade de espírito uma vez que, frente ao adversário, o karateca não deve fixar nenhum ponto preciso para assim se aperceber e registar imediata e intuitivamente a menor abertura na sua defesa. É certo que a maioria dos mestres e instrutores são unanimes em aconselhar a concentração nos olhos do adversário para assim aperceber as suas intenções, mas o verdadeiro sistema, o ideal, é a concentração do olhar ao nível do meio dos olhos, conservando o olhar vago ou tentando olhar através do rosto, mas sem fixar as pupilas do oponente. Este método permite "sentir" o adversário da cabeça aos pês.

Karate

História do Karatê

(Fonte: http://dojokihonkarate.nireblog.com/)

O Karatê teve como berço à ilha de Okinawa, no arquipélago de Riu-Kyu, ao sul do Japão. No final da dinastia Ming, Okinawa passou a ser dominada pelo Japão que, para evitar a reação do povo nativo proibiu o uso de armas. Sob pressão militar, a população buscou, nos utensílios de uso cotidiano e no próprio corpo, meios de defesa (Nakayama, 1987). Surgiram então os primeiros indícios da arte marcial no início chamada de “tode”. Devido à sua localização geográfica, Okinawa recebia comerciantes e visitantes de várias partes do continente. Nessa época, o “tode” (Karatê primitivo) era influenciado pelas artes de luta praticadas principalmente na China. O alvorecer do século XX trouxe consigo o deslocamento do enfoque de luta de sobrevivência para educação física com fundamentação espiritual. O karate deixou de ser ensinado apenas de modo secreto e, em 1916, mestre Funakoshi fez a primeira demonstração pública fora de Okinawa.

(Fonte: http://judotradicionalgoshinjutsukan.blogspot.com/2007/05/gichin-funakoshi-histria-do-karat-parte.html)

Mestre Funakoshi é considerado o pai do Karatê moderno, por tê-lo aperfeiçoado técnica, literal e filosoficamente (Nakayama, 1987). Ele viajou por todo o Japão e foi convidado a lecionar em Universidades, onde o Karatê passou a ser submetido à pesquisa científica, aprimorando técnicas e criando métodos de treinamentos sistemáticos (Silvares, 1987). Após o sucesso de Funakoshi, outros mestres de Okinawa foram ao Japão divulgar os seus estilos de Karate. Segundo Okinawa (1985), a fusão do karatê com a concepção japonesa de Arte Marcial deu origem a quatro estilos principais conhecidos hoje: Shotokan (Funakoshi), Shito-riu (Mabuni), Goju-riu (Miyagi) e Wado-riu (Otsuka). Após a segunda guerra mundial, a emigração dos japoneses e o grande interesse das tropas de ocupação em aprenderem a lutar, difundiram o karate pelos continentes. Hoje o Karatê, segundo a WKF, é a Arte Marcial mais praticada no mundo.

Karate: A história do Karate-do

O Karate-do nasceu na Índia há cerca de cinco mil anos, quando um Príncipe, SIDHARTA GAUTAMA, observou nos movimentos de luta entre os animais, algumas formas técnicas que adaptou à condição humana, como movimentos técnicos de grande dinâmica e repletos de intensão.

Mais tarde, um monge indiano, Bodhidharma, peregrinou até à China, encontrando aí alguns monges em franco estado de debilidade. Ensinou-lhes as técnicas até aí estudadas, e desenvolveu um método de treino físico e mental, o Tai-Chi, o qual, se propagou, mais tarde, até à ilha de Okinawa.

Bodhidharma

A filosofia que lhe assistia, aliada à sua riqueza técnica, permitiram que tivesse sobrevivido a todas as evoluções, e revoluções, sócio-culturais existentes, desde essa época até aos nossos dias.

Apesar de sofrer várias adaptações, de acordo com as necessidades dos povos de então, e de ter servido as mais diversas culturas, ele foi sempre preservado no essencial.

Na sua Idade Média, a guerra dele se aproveitou, agudizando-lhe a intensão base, tornando o movimento mais acutilante e carregando a sua trajectória de uma certa violência. Com efeito, esta foi a forma como o Karate-do foi treinado e desenvolvido durante centenas de anos.

Sendo, como atrás se referiu, uma prática com milhares de anos, é no entanto bastante recente a sua designação de Karate-do, assinalando assim uma data muito importante na sua evolução.

Por determinação do Imperador Meiji, do Japão da época, foram retirados da trajectória dos seus movimentos, os inimigos ou adversários que a guerra com as suas necessidades lá colocou. Para cumprimento desta determinação Imperial, foi para tal indigitado um velho monge e professor, um dos mais conceituados Mestres daquela época: Gichin Funakoshi (na foto).

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    Mestre Funakoshi treinando

    Shotokan (松涛館) é uma escola de karatê criada por Gichin Funakoshi (1868-1957). Inicialmente o Mestre Funakoshi não acreditava em criação de estilos e sim que todo karatê deveria ser um só, mesmo com as diferenças naturais de ensino que variam de professor para professor. Shoto era como Funakoshi assinava seus poemas, significa pinheiros ondulando ao vento e kan significa edificação ou salão.

    Os alunos de Funakoshi construíram um doju (道場, lugar do Caminho) em sua homenagem e o chamaram de Shotokan (Edifício de Shoto). Acredita-se que a origem do nome do estilo seja essa. O Shotokan foi destruído durante um bombardeio na II Guerra Mundial.

    O estilo Shotokan caracteriza-se por bases fortes e golpes no corpo inteiro. Os giros sobre o calcanhar em posição baixa dão fluidez ao deslocamento e todo movimento começa com uma defesa. Este é um estilo em que as posições têm o centro de gravidade muito baixo, e em que a técnica de um "simples" soco directo, pode nunca ser dominada, e só o é com muitos anos de treino, mas quando a técnica é dominada o seu poder é incrível e quase sobre-humano. No karatê shotokan são levados a sério fatos como a concentração e o estado de espírito, pois sem concentração e um estado de espirito leve mas determinado a técnica de pouco serve, devendo estes dois atributos expandirem-se com a pratica e determinação. As principais bases do estilo Shotokan são: HEIKO-DACHI, KAKE-DACHI, KIBA-DACHI, KOKUTSU-DACHI, TSURUACHI-DACHI, MUSUBI-DACHI, NEKOASHI-DACHI, SANCHI-DACHI, SHIKO-DACHI, UCHINACHIJI-DACHI E ZENKUTSU-DACHI. Sendo que as bases fundamentais, presentes na maioria dos katas são: Zenkutsu-dachi, Kokutso-dachi e Kiba-dachi.

    Possui 26 kata (ou forma, trata-se de uma sequencia de movimentos contra 4 ou mais adversários executados de tal forma sincronica), seguindo ainda um método de ensino que divide a aula em três partes (o já citado kata, o kumitê e o kihon.).

    Os kata auxiliam o iniciante a assimilar o estilo e aprender as técnicas básicas de movimentar-se, defender-se e atacar. Para o avançado os kata são um confronto com as ideias dos antigos mestres, nestes confrontos os atuais praticantes entendem os segredos da arte, que só são aprendidos mediante prática exaustiva e não oralmente.

    Índice


    Graduação

    O número de graduações está dependente das várias organizações existentes mas, todas elas começam pelos Kyu e vão até aos Dan. Nos Kyu, a ordem é decrescente, enquanto que nos Dan, a ordem é crescente. Os Kyu caracterizam-se pelo facto de haver cintos de várias cores, enquanto que nos Dan predomina o preto (podendo haver organizações que nos níveis mais altos utilizam um cinto de duas cores alternadas: vermelho e branco).

    Kyu significa classe e Dan significa grau, sendo a primeira faixa preta a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente. Num plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante e o preto refere-se aos conhecimentos apurados durante anos de treino intenso.

    Filosofias do Karate-Do Tradicional

    DOJO KUN

    HITOTSU - JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO - Esforçar-se para formação do caráter!

    HITOTSU - MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO - Ser fiel ao verdadeiro caminho da razão!

    HITOTSU - DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO - Criar o intuito de esforço!

    HITOTSU - REIGI O OMONZURU KOTO - Respeitar, acima de tudo!

    HITOTSU - KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO - Reprimir o espírito de agressão!

    NIJU KUN

    O Niju Kun é a síntese do pensamento de Funakoshi sobre como deve ser o espírito do praticante de karate. São vinte preceitos cujo propósito é dar subsídios à cerca da prática cotidiana do karate, servindo também como um guia para o autoconhecimento.

    O karate começa e termina com saudação (rei);

    No karate não existe atitude ofensiva;

    O karate é um assistente da justiça;

    Antes de julgar os demais, procure conhecer a si mesmo;

    O espírito é mais importante do que a técnica;

    Evitar o descontrole do equilíbrio mental;

    Os infortúnios são causados pela negligência;

    O karate não deve se restringir ao dojo;

    O aprendizado do karate deve ser perseguido durante toda a vida;

    O karate dará frutos quando associado à vida cotidiana;

    O karate é como água quente. Se não receber calor constantemente esfria;

    Não alimentar a idéia de vencer, pense em não ser vencido;

    Adaptar sua atitude conforme for o adversário;

    A luta depende do manejo dos pontos fracos (kyo) e fortes (jitsu);

    Imagine que os membros dos adversários são como espadas;

    Para o homem que sai do seu portão, há milhões de adversários;

    No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais;

    A prática de fundamentos deve ser correta, porém sua aplicação é diferente;

    Não esqueça de aplicar: (1) alta e baixa intensidade de força, (2) expansão e contração corporal e (3) técnicas lentas e rápidas;

    Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

    O Significado de OSS

    OSS (cuja a transcrição exata do japonês é OSU) é uma expressão fonética formada por dois caracteres. O primeiro caracter "osu" significa literalmente "pressionar", e determina a pronúncia de todo o termo. O segundo caracter "shinobu" significa literalmente "suportar".

    A espressão OSS foi criada na Escola Naval Japonesa, e é usada universalmente para expressões do dia-a-dia como "sim", "por favor", "obrigado", "entendi", "desculpe-me", para cumprimentar alguém, etc., bem como no mundo do Karate para quase qualquer situação onde uma resposta seja requerida. Para um karateka, OSS é a palavra mais importante.

    A palavra OSS implica em pressionar a si mesmo ao limite de sua capacidade e suportar. OSS significa, de uma maneira mais simples, "perseverança sob pressão". É uma palavra que por si só resume a filosofia do Karate. Um bom praticante de Karate é aquele que cultiva o "espírito de OSS". OSS não deve ser dito de forma relaxada, usando apenas a garganta, mas, como tudo no Karate, deve ser pronunciado usando o "hara" (tanden). Pronunciado durante o cumprimento, OSS expressa respeito, simpatia e confiança no colega. OSS também diz ao Sensei que as intruções foram compreendidas, e que o estudante irá fazer o melhor para seguí-las

    Sua aplicação, na maioria dos caso é a segunte: 01- Ao chegar e ao sai do Dojo: O karateca ao chegar na entrada do dojo assume a posição de cumprimento em pé (Ritsurei), pronuncia vigorosamente a palavra "OSS!", para avisar ao Sensei(instrutor chefe ou o presente), aos Senpai(mais graduados ou mais antigos)e Kohai (menos graduados ou menos antigos) de sua chegada ou saida, quando o dojo estivber vazio o karateca o faz em respeito ao dojo a ao Mestre Funakoshi (tratando-se de Saudação Simbólica). 2- Quando do encontro com outro colega karatê: A saudação "OSS!" é a que deve chegar primeiro, de maneira vigorosa e com vivacidade, partindo sempre do Kohai(menos graduados ou menos antigos) para o Senpai(mais graduados ou mais antigos), o aperto de mãos que vem em seguida já se procede de maneira contrária, sendo assim, do Senpai para o Kohai, claro, o Sempai não se negara a apertar a mão do Kohai caso o mesmo venha e estender a mão primeiro. Obs. A saudação "OSS!" é impessoal, independe do grau de simpatía entres os karatecas, quando um deles se nega, por qualquer motivo, a responder a saudação o mesmo esta sujeito as sansões diciplinares prevista no regimento interno de sua academia, por não condizer essa atitude com a filosofia do KARATÊ-DO, seja qual estilo for...

    Kihon

    Os fundamentos técnicos do karate são passados aos alunos através dos treinamentos de kihon, porém, no início, tais princípios eram repassados por intermédio dos kata. É no kihon que o praticante irá desenvolver todo o seu potencial para a arte marcial, bem como preparar o seu corpo para as agruras que virão com o passar dos anos de treino.

    É também no kihon que o praticante desenvolve o espírito de karateca, pois este é o momento onde os princípios do dojo kun são postos à prova real e o corpo irá padecer caso o espírito seja fraco ou o desejo de ser karateca não seja verdadeiro. O caminho do karate é vislumbrado pela primeira vez durante os exercícios de kihon e o sentimento de dever cumprimento se manifesta com maior intensidade, mesmo quando o corpo está exausto e quase sem forças para andar.

    Kumite

    KUMITE Significa luta, combate. É a aplicação prática das técnicas do Karatê diante de um adversário real.

    Seu objetivo é demonstrar a efetividade tanto das técnicas de ataque como de defesa. Os pontos importantes a se observar no trabalho do Kumite são: distância, velocidade, reação, antecipação, controle e correta aplicação de ataque e defesa.

    O kumite permite desenvolver a tática e a estratégia. Seu aprendizado é progressivo e inclui:

    Gichin Funakoshi

    KIHON KUMITE: Combate básico.

    GOHON KUMITE: Combate a cinco passos tem por objetivo fortalecer o vigor dos praticantes através de seqüências de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser praticado a exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade possível.

    SANBON KUMITE: Combate a três passos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das técnicas utilizadas poderá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma unidade que se desloca pela área de combate.

    KIHON IPPON KUMITE: Combate básico.

    IPPON KUMITE: Combate a um passo, tendo por objetivo criar no praticante a idéia de vencer com um único golpe para isso é necessário o desenvolvimento de habilidades acessórias, como observação, para análise das situações. A noção de espaço e tempo (maai em japonês) torna-se fator preponderante, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais.

    JYU IPPON KUMITE: Combate semilivre a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim preparar o corpo e a mente para as mesmas.

    SHIAI KUMITE: Combate com regras oficiais e tempo definido (luta de competição).

    JYU KUMITE: Combate livre, sem regras, uso livre de todo o tipo de técnica, tanto de braços como de pernas, luxações, projeções, estrangulamentos, etc.

    Todos com ataques, defesas e zonas de ataque definidas.

    Kata do Estilo Shotokan

    Os KATA são a essência do estilo de karatê, neles estão contidas as técnicas de grandes mestres. Cada kata representa uma situação diferente pela qual o carateca esta passando. Sendo que os kata só terão o seu significado realmente compreendido por aquele que os pratica com maior frequencia, um grande mestre do passado disse que um kata só deve ser mostrado a outros quando ele for praticado 10.000 vezes, com uma pratica dessa quantidade pode realmente alcançar o real significado de cada técnica contida no kata e não a simples ordenação dos movimentos, pois o kata não deve ser dublado e sim vivido, deve-se incorporar a situação para que ele possa vir a ter um proveito real para o praticante.


    1. Para cada kata, o número de movimentos é fixado, eles tem que ser executados na ordem correta.

    2. O primeiro movimento e o último movimento de cada Kata tem de ser executados no mesmo ponto da linha de atuação, ela tem formas variadas, dependendo do Kata, como linha reta, forma de T, forma de I, e assim por diante.

    3. Há Kata que precisam ser aprendidos e outros que são opcionais. Os primeiros são os cinco Kata Heian e os três Kata Tekki. Os últimos são: Bassai, Kanku, Empi, Hangetsu, Jitte, Gankaku e jion. Os outros Kata são: Meikyo, Chinte, Nijushiho, Gojushiho, Hyakuhachiho, Sanchin, Tensho, Unsu, Sochin e Seienchin.

    4. Para executar dinamicamente um Kata, três regras devem ser lembradas e observadas: 1. o uso correto da força; 2. a velocidade do movimento, lento ou rápido; 3. a expansão e contração do corpo. A beleza, a força e o ritmo do Kata dependem desses três fatores.

    5. No início e término do Kata, a pessoa faz uma inclinação. Isso faz parte do Kata. Ao fazer sucessivos exercícios de Kata, incline-se no começo e ao terminar o último kata.

    Obs : A palavra KATA não tem plural , só deve ser escrita no singular mesmo que falemos de mais de um kata

    Os Kata do Shotokan:

    HEIAN: (Paz e Tranqüilidade): Há cinco formas de Heian (shodan, nidan, sandan, yondan, godan), contendo uma grande variedade de técnicas, sendo quase todas relacionadas a posturas básicas. Alguém que tenha aprendido estas cinco formas pode estar seguro que é capaz de defender-se com muita habilidade na maioria das situações. O significado do nome deve ser levado em consideração neste contexto. Visto que os heian são derivações de um kata mais avançado (Kanku Dai).Os Heians são aprendidos nas faixas iniciais, sendo o Heian Shodan geralmente o 1º Kata que se aprende no karate shotokan ainda na faixa branca, é seguido pelos Katas: Heian Nidan (faixa amarela), Heian Sandan (faixa vermelha), Heian Yondan (faixa laranja) e Heian Godan (faixa verde), na faixa roxa geralmente se aprende alguns kata superiores.

    TEKKI: (Cavaleiro de Ferro) ou (Andar a Cavalo): (Há três formas. shodan, nidan e sandan). O nome refere-se a característica distinta deste Kata que é sua postura Kiba-dachi, como montar a cavalo. Neste as pernas são fortemente posicionadas bem abertas, como se fosse para sentar no dorso de um cavalo, e a tensão é aplicada nas bordas externas das solas dos pés com a sensação de concentrar a força em direção ao centro, sendo praticado para o desenvolvimento do kime (força).

    BASSAI: (Romper a Fortaleza) ou (Atravesar a Fortaleza): É um kata que reuni as principais técnicas básicas do karatê Shotokan. Este sugere o confronto contra um adversário superior, que não tenha pontos fracos (fortaleza), no qual o praticante terá que superar os seus próprios limites para conseguir a vitória. Há duas formas de Bassai (Dai,e Shô). Sendo que a forma Sho foi desenvolvida pelo mestre Funakoshi.

    KANKU: (Olhar Para O Céu) ou (Contemplar o Céu): O nome deste Kata derivou-se originariamente do mesmo introduzido por Ku Shanku, integrante do exército Chinês. O nome refere-se ao primeiro movimento do Kata, no qual levanta-se as mãos e olha-se para o céu. Há duas formas de Kanku (Dai e Shô), um curta e outra longa, o Kanku Dai é um kata que tem um pouco de cada heian (Shodan, Nidan, Sandan, Yondan e Godan), e é um dos katas mais longos do Shotokan, o Kanku Sho foi desenvolvida pelo mestre Funakoshi.

    JITTE: (Dez Mãos) ou (Dez Técnicas): Nas formas remanescentes pertencem ao estilo Shorei, os movimentos são um tanto mais pesados quando comparados àqueles do estilo Shorin. A postura é bastante audaz. Proporcionam um bom condicionamento físico, embora sejam difíceis para iniciantes. O nome Jitte sugere que alguém que tenha aprendido este Kata é tão eficiente como cinco homens de uma só vez.

    HANGETSU: (Meia-Lua): Nos movimentos para frente, neste Kata, são descritos semicírculos com as mãos e os pés de maneira característica, sendo seu nome derivado deste fato. Um das grandes características é a respiração, sendo devidamente trabalhada de forma sincronica com os movimentos.

    ENPI: (O Vôo Da Andorinha): A movimentação característica deste Kata é o ataque a um nível mais acima do solo. Na seqüência segura-se o opoente e o induz a permanecer em uma posição específica, simultaneamente avançando e atacando novamente. O movimento representa o vôo rápido e ágil da andorinha. Sem dúvida um dos katas mais rápidos do estilo.

    GANKAKU: (O Grou Sobre a Rocha): A característica deste Kata é a postura em uma só perna que ocorre repetidamente. Representa a visão esplêndida de uma garça pousada em total equilíbrio em uma pedra, prestes a lançar-se sobre a sua vítima.

    JION: (Amor e Gratidão): Este é o nome original e tem aparecido freqüentemente na literatura chinesa desde os tempos antigos. O Jionji é um famoso velho templo Budista, e há um santo Budista bastante conhecido chamado Jion. O nome sugere que o Kata tenha sido introduzido por alguém identificado com o Templo Jion, assim como o nome Shorin-ji Kempo deriva de uma relação com o Templo Shorin. É um kata de base pesadas.

    CHINTE: (Mãos Estranhas) ou (Técnicas Estranhas): Possui este nome por conta de técnicas não tanto comuns, (dedo nos olhos) e coisas do género. Este trata de uma situação que o oponente tem uma vantagem física, tornando necessário atacar em ponto do corpo onde não haja vantagem física.

    UNSU: (Mãos e Nuvens):O Kata com o estilo do Dragão por Mestre Aragaki. Onde ele o treinou não se tem conhecimento, mas as grandes influências Chinesas neste Kata sugerem que tenha sido certamente em continente chinês. O nome usado em Okinawa é Unshou e significa "Defesa Contra A Nuvem", ou seja, mesmo se seus inimigos cercarem você como uma nuvem, com certeza você os vencerá se tiver aprendido o Unsu. Este é sem dúvida o kata mais curioso do estilo Shotokan, possuindo técnicas das mais variadas formas, das mais simples as mais complexas, sendo somente indicado a praticantes de alto nivel técnico.

    SOCHIN: (Espírito Inabalável): Este nome sugere que o praticante que o domine não temerá nada. É um kata de bases bastante pesadas primando para um bom desenvolvimento da base, postura e força.

    NIJUSHIHO: (Vinte e Quatro Passos): Um kata bem complexo apesar da pouca quantidade de movimentos. Este faz um rápida mudança de direção e um grande variação de técnicas de defesa e contra-ataque.

    GOJUSHIHO: (Cinquenta e Quatro Passos): Há duas formas de Gojushiho (Dai e Shô)sendo estes uns dos maiores katas do estilo shotokan. Neles existem técnicas bem singulares não sendo vistas em nenhum outro kata shotokan.

    MEIKYO: (Espelho Limpo) ou (Espelho da Alma): Este é um Kata muito misterioso. Presume-se que os japoneses o conheciam muito antes que Mestre Funakoshi tenha introduzido o Karatê de Okinawa no Japão. Há até mesmo uma lenda japonesa a respeito de Ameratsu, a deusa do sol. Ela havia perdido seu espelho e não podia admirar-se, ficando muito aborrecida. Desta maneira, o mundo ficou nas trevas. Finalmente os outros deuses decidiram que alguma coisa deveria ser feita, então enviaram um grande guerreiro para realizar a "Dança da Guerra" do lado de fora da caverna. A "Dança Da Guerra" foi nomeada Meikyo. Meikyo é traduzido como "O Espelho da alma". O nome antigo para Meikyo era Rohai, o qual está agora voltando a ser usado.

    JIIN: (Amor e Proteção): Este segue o mesmo principio do JION, sendo um kata de base pesadas e sempre visando uma melhor postura do praticante.

    WANKAN: (Coroa Real):Este Kata era conhecida no passado pelo nome de Shiofu e Hito que significava a Coroa do Rei. É a Kata mais curta do Karatê Shotokan, só com um Kiai. Como não fazia parte do grupo inicial de katas introduzidas por Gigin Funakoshi no Japão, é geralmente aceito que foi o filho Yoshitaka Funakoshi que a introduziu no Shotokan, numa nova versão, por si trabalhada e modernizada. Devido a sua dimensão existe a ideia que é um kata inacabado, cujo desenvolvimento foi interrompido com a morte precoce de Yoshitaka Funakoshi. Esta tese ganha significado já que as versões actualmente existentes em outros estilos de Okinawa, são bastante mais compridas.É Um kata sem duvida singular, contendo técnicas básicas e avançadas como torções. É o menor do estilo shotokan.

    O que é Karate-Do Tradicional

    O Karate-Do Tradicional é uma arte marcial originada a partir das técnicas de defesa pessoal sem armas de Okinawa, e tem como base a filosofia do Budo japonês. Os objetivos do Karate-Do Tradicional são definidos pela filosofia do Budo, que se traduz na busca constante pelo aperfeiçoamento pessoal, sempre contribuindo para a harmonização do meio onde se está inserido. Através de muita dedicação ao trabalho, treinamento rigoroso e vida disciplinada, o praticante de Karate-Do Tradicional caminha em direção dessas metas, formando seu caráter, aprimorando sua personalidade.

    Nesse sentido, pode-se afirmar que o Karate-Do Tradicional contribui para a formação integral do ser humano, não podendo, portanto, ser confundido com uma prática puramente esportiva. "Tradição é um conjunto de valores sociais que passam de geração à geração, de pai para filho, de mestre para discípulo, e que está relacionado diretamente com o crescimento, maturidade, com o indivíduo universal."

    Cada pessoa pode ter objetivos diferentes ao optar pela prática do Karate-Do Tradicional, objetivos estes que devem ser respeitados. Cada um deverá ter a oportunidade de atingir suas metas, sejam elas tornar-se forte e saudável, obter autoconfiança e equilíbrio interior ou mesmo dominar técnicas de defesa pessoal. Autocontrole, integridade e humildade resultarão do correto aproveitamento dos impulsos agressivos existentes em todos nós. A famosa expressão do mestre Gichin Funakoshi - "Karate Ni Sente Nashi" - define claramente o propósito anti-violência do Karate-Do Tradicional: "No Karate não existe atitude ofensiva".

    "Se o adversário é inferior a ti, então por que brigar? Se o adversário é superior a ti, então por que brigar? Se o adversário é igual a ti, compreenderá, o que tu compreendes... então não haverá luta. Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui."

    Karate-Do Tradicional também pode ser visto como uma ótima ferramenta de manutenção da saúde, uma vez que suas técnicas contribuem para a formação de hábitos saudáveis como os cuidados com a postura, a respiração com o diafragma e a meditação Zen. Entende-se como saúde não só o estado de "ausência de doenças", mas também o bem-estar físico, mental e espiritual do ser humano.

    Como defesa pessoal, o Karate-Do Tradicional mostra eficiência e eficácia em suas técnicas, possibilitando ao lutador defender-se de qualquer tipo inimigo. No entanto, mais que um simples conjunto de técnicas, o Karate-Do Tradicional ensina ao seu praticante algo muito além do confronto físico, que é a intuição e o discernimento perante uma situação de perigo, permitindo ao lutador captar a intenção do adversário, avaliar a situação e tomar uma atitude correta e consciente.

    O verdadeiro valor do Karate não está em sobrepujar os outros pela força física. Nesta arte marcial não existe agressão, mas sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. E, quando for necessário, fazer a coragem de enfrentar milhões de adversários vibrar no seu interior. É o espírito dos samurais.

    A competição no Karate-Do

    A busca de vitórias em competições não é o principal objetivo do Karate-Do Tradicional. As competições são um meio que permitem ao praticante de Karate-Do Tradicional fazer uma autoavaliação técnica e emocional. Vencer ou perder numa competição não é o mais importante, o relevante é o crescimento como lutador e como pessoa que ela proporciona.

    O que se exige dos lutadores numa competição de Karate-Do Tradicional é a eficiência na execução dos movimentos, ou seja, a dinâmica corporal utilizada para se aplicar os golpes, e não tão somente a velocidade ou o contato. Não basta acertar o alvo, é preciso fazê-lo da forma correta, baseado nos fundamentos técnicos do Karate-Do Tradicional. Isso exige um grande domínio físico e mental, e também estimula a busca pelo aperfeiçoamento pessoal e pelo refinamento da técnica. "Perder-se na beleza dos movimentos ou apenas buscar pontos numa luta não levam à perfeição!"

    Numa competição de Karate-Do Tradicional não há divisão de pesos. O lutador cujo físico é pequeno poderá vencer o grande, se estiver bem preparado. Ele deverá estar disposto a enfrentar qualquer adversário, seja qual for o seu tamanho.

    As modalidades de competição são:

    Kata individual - Apresentação individual de kata: Durante as fases eliminatórias, dois competidores executam o mesmo kata (que é escolhido pelo árbitro central) lado a lado, e o vencedor é aclamado pelos árbitros através de bandeiras. Na fase final, os competidores apresentam-se um de cada vez, executando o kata de sua escolha, e a decisão é tomada pela média das notas de todos os árbitros, descontando-se desta a maior e a menor nota.

    Kata em equipe - Apresentação de kata e respectiva aplicação (bunkai) em equipes de três pessoas: Após a apresentação do kata, a equipe deverá apresentar uma aplicação para as técnicas do kata escolhido. A decisão é sempre tomada por nota.

    Kumite individual - Combate individual.

    Kumite em equipe - Combate em equipes de cinco pessoas: A cada luta são somados os pontos de cada lutador aos pontos de sua equipe. Será vencedora a equipe que obtiver o maior número do pontos ao final da última luta.

    Enbu - Teatro marcial: Apresentação de aplicações de técnicas de Karate em duplas. A decisão é tomada por nota dos árbitros.

    Fuku Go - Disputa individual que engloba kata e kumite, alternando a cada rodada: A ITKF instituiu o Kitei como kata oficial das competições de Fuku Go, para permitir as disputa direta (lado a lado) de competidores de estilos diferentes.

    O Dojo e a conduta do Karateca

    Os rituais em todos os Dojo propõem aos praticantes uma série de atitudes e gestos que facilitam as relações entre eles deixando claro o desejo comum de obedecer a uma ordem válida para toda a comunidade e para cada um. A intenção do praticante é sempre a de estimular o progresso na arte de todas as pessoas sem perder o desenvolvimento individual.

    A prática de karate está repleta de exercícios marciais, combativos, porém com um total espírito de conciliação, buscando a vitória pela harmonia, pela paz, procurando esquecer as atitudes egoístas e pensando sempre no grupo e como sendo parte dele. O karateca treina com seu companheiro com todo respeito e consideração, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual não há treinamento. Daí ser fundamental tratar o companheiro com cortesia e agradecimento por ele dá a possibilidade de você treinar e de aprender com ele. Ao professor, se deve o respeito e o agradecimento pela transmissão dos conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar segredos que foram por muitos séculos restritos a uma minoria privilegiada. Respeitar e se fazer respeitar é uma das regras mais importantes durante os treinamentos. Conciliar e nunca confrontar é o princípio básico. Esquecer-se da palavra “eu” e substituí- la pela palavra “nós” é a essência do ensinamento. Outro ponto fundamental é que não se treina karate, mas sim, para a vida. Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental não é vencer, não é derrubar, não é ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o centro das ações e se, ele não for o centro, colocar-se em uma de suas órbitas, de acordo com suas reais condições.

    O Dojo

    O lugar onde se pratica Artes Marciais é denominado “Dojo”, esta palavra foi emprestada do Zen Budismo, significando “Lugar de Iluminação” (onde os monges praticavam a meditação, a concentração, a respiração, os exercícios físicos e outros mais). A palavra dojo significa literalmente:

    DO – Caminho, estrada ou trilha (sentido espiritual); JO – Lugar (espaço físico).

    Algumas pessoas referem-se à academia de karate como um dojo, porém as duas coisas são diferentes. A palavra dojo somente se refere ao espaço físico onde ocorre o treino de karate (leia-se arte marcial japonesa), enquanto academia se refere ao local onde se pratica karate. Portanto, o dojo é o lugar onde se pratica o “caminho”.

    Alguns podem perguntar sobre qual o caminho que se pratica em um dojo, a resposta vem, mais uma vez, do Budismo (mais precisamente do Zen); O homem deve despertar em meio às questões de todos os dias, vivendo intensamente no presente e concedendo atenção integral às coisas do cotidiano, para, desta maneira, retornar à naturalidade de sua natureza, conforme ditado Zen:

    “Antes de estudar Zen, as montanhas são montanhas e os rios são rios. Enquanto estuda Zen, as montanhas deixam de ser montanhas, os rios deixam de ser rios. Uma vez alcançada a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e os rios voltam a ser rios”.

    Isto quer dizer que um pintor alcança a felicidade pintando, um médico realizando cirurgias e um karateca praticando karate.

    O Cumprimento

    Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, você deverá olhar para baixo e não na face do seu oponente – olhar na face de alguém durante um cumprimento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas:

    RITSU REI – cumprimento em pé; ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA).

    A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural (SHIZENTAI), curvar o corpo apenas em 30cm e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta (ritsu rei). O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir:

    1- Quando entramos ou saímos do dojo;

    2-Quando o professor entra ou sai do dojo;

    3- No início e final de um combate;

    4- No início e final da aula.

    5- No início e final de um kata;

    6- No início e final de um exercício com um companheiro.

    O Zarei é realizado a partir da posição Seiza (o praticante senta-se sobre seus calcanhares e quando o fizer deverá abaixar sua perna esquerda e em seguida a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao levantar-se ocorre à inversão), inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a testa tocará.

    Kiai

    O kiai ou “grito de força” – KI: força e AI: grito – é uma energia que nasce a partir do baixo ventre (saika tanden – aproximadamente cinco centímetros abaixo do umbigo). Todos têm um grito de força, principalmente os grandes felinos. Geralmente, esses animais paralisam suas presas com o seu kiai antes de atacá-las. O kiai pode ser aplicado em três momentos.

    1-No início de uma atividade;

    2-Durante a realização desta tarefa;

    3-Final de um trabalho;

    Os gritos de guerra servem para aumentar, acelerar e expor a força de ação do homem. Portanto, podem ser aplicados contra incêndios, vendavais e as fortes ondas marítimas para criar coragem e energia para enfrentá-los. Na luta individual, para colocar o adversário em movimento, o grito antecipa seus golpes e, em seguida, pode se aplicar chutes e socos. Não é necessário utilizar o grito simultaneamente com seus golpes. No decorrer da luta, ele servirá para incentivar e colocar numa situação vantajosa, sendo forte e profundo. Tomar precaução ao gritar, pois se o grito for usado fora de ritmo ou de tempo ou em ocasiões impróprias poderá surgir como contra-efeito, tornando-se prejudicial. No Japão há a prática do Kiai Do – caminho do grito da força – onde o praticante chega a ter medo do próprio grito.

    Estilos

    Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Karatê

    A palavra kata não deve ser escrita no plural, mesmo que se refira a vários kata. No idioma japonês não existe plural e muito menos as palavras são escritas no feminino. Logo a palavra kata não pode ser dita desta forma: a kata, porque não é uma palavra feminina. Dica sempre o kata, o kamae, e assim por diante. E letras como V, L, X e Q não existem no idioma japonês.

    Ligações externas

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